Ambiente aquático diferente do solo favorece a reaprendizagem motora
Um vaso sanguíneo se rompe no cérebro e o sangue extravasa (“derrama”) ou um trombo (massa gordurosa) bloqueia este vaso. Em ambos os casos, o cérebro fica sem irrigação e, no caso de derrame de sangue, ainda ocorre a compressão do cérebro. Pronto! Ocorreu um episódio médico. Por ser súbito e inesperado, é um acidente. Por envolver vasos sanguíneos, é vascular. Portanto, temos um AVC – Acidente Vascular Cerebral, conhecido desde a Antiguidade.
Sua sequela característica é o comprometimento motor, ou seja, distúrbios da mobilidade, tanto do membro superior como do inferior. Estes assumem um padrão característico de posição e fraqueza, conhecido por todos nós, conseqüente às lesões cerebrais ocorridas. O cérebro terá que reaprender a emitir comandos, deixando de lado os circuitos nervosos afetados e utilizando ou reavivando novos circuitos de interconexão entre os neurônios – novas sinapses. Para isto, é necessário estimulá-lo, estimulá-lo, estimulá-lo... Como?
Inicialmente, começar com a fisioterapia o mais cedo possível, assim que obtiver a liberação pelo médico. Músculos e articulações que deixam de ser ativados pela lesão nos centros motores cerebrais tendem a atrofiar rapidamente pela falta de uso e por permanecerem naquelas características posições antinaturais próprias do AVC.
Começamos com técnicas terapêuticas específicas, que compreendem giros corporais, treino de equilíbrio, prática de atividades da vida diária, etc. e evoluindo para a realização de exercícios físicos, particularmente a caminhada e a natação. A água proporciona um efeito calmante e relaxante, fomentando o bem estar. As atividades são mais fáceis e seguras, sem prejuízo da eficácia. O efeito de flutuação e alívio da força da gravidade compensam a típica fraqueza muscular de um lado e facilitam manter a posição ereta e principiar a caminhar, com menos risco que no solo – se desequilibrar, não cai no chão. O mero caminhar, lento e inseguro que seja, obriga a vencer a resistência da água e exercita os músculos debilitados, fortalecendo - os sem necessidade de utilização de pesos ou caneleiras. Com isto, a fisioterapia se combina com exercício aeróbico e de condicionamento cardiovascular com baixa frequência cardíaca, uma vantagem a mais. As articulações (“juntas”, no linguajar popular) são menos solicitadas, aliviando as situações combinadas com artrite e outros problemas reumatológicos, sem contar que a temperatura da água “solta as juntas”, isto é, favorece o aumento do ângulo ou arco de giro.
Um dos problemas ocorrentes no AVC é a perda da consciência corporal – o paciente não percebe corretamente como está se situando no espaço a seu redor, as coisas em volta perderam o senso de proporção relativo, o que influencia o equilíbrio, o tônus muscular e o próprio raciocínio.
Resumindo: conseguimos melhorar equilíbrio e marcha, aumentar força, resistência, flexibilidade, arco de movimento de articulações e o condicionamento cardiorrespiratório e vascular. A água aquecida atenua a dor crônica e reduz a inchação nos pés e tornozelos. O ambiente de trabalho é prazeroso e convida ao retorno para a sessão seguinte.
Para pacientes confinados à cadeira de rodas, é um gigantesco estímulo à auto-estima esta possibilidade de realizar inúmeros exercícios e de usufruir de uma esquecida liberdade de movimentos, de difícil, penosa e perigosa execução no solo. Na próxima coluna: outras patologias tratadas na água.
Fonte:http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/noticia/2012/06/agua-para-ajudar-tratar-o-avc.html
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Dr Marcello Bastos
Fisioterapeuta
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